terça-feira, 29 de agosto de 2017

PRODUÇÃO CERVEJEIRA

Apesar  de  algumas  similaridades, a  produção cervejeira em escala artesanal  está  distante  da  realidade  fabril de  muitas  marcas existentes. A própria concepção de ser artesanal remonta a algo mais específico, com um contato muito maior em  toda a operação, fato que faz  com  que  o  cervejeiro  artesanal deposite muito mais paixão e loucura pelo o que faz, afinal o  que está para surgir é uma cerveja elaborada e feita por ele mesmo, sua arte, sua cria...

O intuito desse canal não é desmerecer as grandes cervejarias e suas cervejas, tecer críticas ou comparações injustas alegando que A é melhor que B, a ideia é se divertir nesse mundo fantástico da boa "bera" especial. Até mesmo porque não daria certo promover comparações, pois nem todas as pessoas que gostam de beber uma cerveja, preferem as artesanais - o mercado é amplo e tem cerveja para agradar a todos (hehehehe).
Um dos grandes baratos das mini, micros ou nano cervejarias instaladas por todos os cantos em cozinhas, varandas e churrasqueiras, são as ideias, a persistência e teimosia. A criatividade e curiosidade são parceiras da boa cerveja, aliada é claro a obediência cega a alguns princípios basilares da cervejaria. Utilizar matéria prima de ótima qualidade traz garantia de que o produto final agradará, ou pelo menos, minimiza o risco de não alcançar tal objetivo, pois todos estão sujeitos a erros em uma produção e o resultado ser diferente do esperado. E, quando isso ocorre é necessário repetir e corrigir - nada de desistir da empreitada!
Quando se fala em cerveja a grande escola alemã é precursora em uma das regras mais importantes para se fazer uma boa "cerva" que é ter instituído a  Reinheitsgebot ou a Lei da Pureza Alemã em 1516 (longe pra caramba dos dias de hoje), que funcionava como um selo de qualidade na época, obrigando aos cervejeiros a usarem apenas três ingredientes na produção: água, malte e lúpulo. É lógico que o pensamento da época era de garantir qualidade, porém muitos aspectos da própria manufatura eram desconhecidos e colidiriam com fatores descobertos mais tarde, como a própria levedura ou fermento cervejeiro. O fermento ao contrário do que muitos imaginam é que é o verdadeiro alquimista nessa história, pois ele converte os açúcares fermentáveis em alcoóis, dando personalidade própria a bebida e após aliar-se as propriedades do lúpulo, convergem em uma notável bebida. 

Portanto, se a Reinheitsgebot fosse escrita nos dias de hoje, fatalmente incluiria a levedura como o quarto elemento essencial e nada mais justo que colocá-la em primeiro lugar na lista.
Mesmo assim a Lei da Pureza encontraria outros obstáculos como os adjuntos, que nada mais são do que elementos misturados a cerveja para dar características próprias a bebida, e, vos digo que funciona muito bem!
Particularmente sou a favor de um aditivo na Lei da Pureza (rsrsrsrs), pois a inserção de outros produtos, desde que muito bem elaborados e experimentados, trazem personalidade a cerveja e inovação. A minha pequena produção é uma mescla de resultados, pois além de seguir alguns requisitos obrigatórios nos estilos, acabo sempre me rebelando contra o que diz a cartilha e altero algum insumo aqui e ali. Não sei dizer se o resultado agrada e satisfaz aos amigos que provam, porém acredito que primeiramente é preciso fazer a cerveja para você e é a você que a bebida precisa agradar. Parece algo meio egoísta, mas o mundo mostra que você nunca agradará a todos, então que me agrade primeiro (hahaha).
O assunto é muito extenso e na medida do possível quero incluir nesse canal algo sobre o que aprendi nessa pequena jornada. Dividir para termos mais pessoas fazendo boas cervejas. Ainda estou aprendendo e julgo que nunca serei aquele "expert" no assunto, mas minha bera já está na área e isso já me deixa satisfeito, então pessoal... "Bora brassar"

Zdrowie! 

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