sábado, 2 de setembro de 2017

O malte - a cevada - o princípio

Os quatro elementos essenciais da boa "bera" basicamente são o malte, a água, a levedura e o lúpulo. Juntos formam o quarteto fantástico da cerveja, os quatro cavaleiros do "não-apocalipse", pois em nada se assemelham as visões proféticas do apóstolo João (para nossa segurança e felicidade \o/) ou qualquer outro nome que particularmente queiram dar. Tem cerveja, tem a presença dessas figurinhas, salvo alguns estilos muito reservados de "cervas" que sobrevivem sem um ou outro desses componentes, sendo casos muito específicos.


É muito difícil apontar qual é o mais importante, existindo uma discussão ferrenha entre os milhares de cervejeiros que existem, cada qual defendendo um ou outro. Particularmente, se fosse para erguer a bandeira de algum seria das leveduras - as loucas por açúcares - mesmo sendo um apaixonado pelo amargor. Chego a ter dó de tanto que elas trabalham para transformar o mosto em algo saboroso e que possa então combinar e equilibrar-se com o amargor causado pela lupurina. Contudo, para que os outros elementos não fiquem enciumados, hoje o tema é o malte.

Cultivado pelo homem desde que a agricultura surgiu, o malte é imprescindível para a fabricação da cerveja, esse sujeito ao contrário do que muitos pensam, não vem direto da colheita para a panela cervejeira. Vulgarmente chamada de suco de cevada, a cerveja é injustiçada nesse ponto, pois quando a cevada vira malte, deixa de ser cevada, então ao menos poderíamos chamar de "suco de malte" que ficaria até mais chique - rsrsrs.
O malte surge através de um processo de malteamento, que nada mais é, de forma muito simples e "não didática", forçar com que o grão de cereal germine e após essa germinação, causar uma interferência, e, seguidamente levar o grão germinado para uma etapa de secagem ou torrefação. A germinação ocorre após os grãos serem umedecidos e ao germinar eles produzem enzimas essenciais e necessárias para a qualidade da cerveja. A secagem e torrefação são determinantes para a coloração, sabor e aroma do malte e terá influência direta no aspecto final da cerveja. Cervejas mais claras utilizam maltes com menor intensidade de secagem, enquanto que as mais escuras, variando de tonalidades âmbares e até mesmo pretas, receberão em suas receitas maltes claros para servirem de base e quantidades variadas de maltes mais torrados, conforme a intensidade de cor, sabor e aroma que desejam. Essa etapa da secagem e torrefação são cruciais e determinantes para a variação dos sabores dos maltes, gerando sabores diferentes e adocicados entre caramelo, café, chocolate e outras variantes.

É comum encontrar a venda cervejas que trazem em suas embalagens informações como "puro malte" e "cereais não maltados". Essas cervejas com cereais não maltados levam em sua composição na maioria das vezes milho, arroz ou outros ingredientes no mínimo desconfortantes para quem imagina estar bebendo uma cerveja pura e bem elaborada. No entanto, gosto é gosto, mas se você não liga para isso e tendo uma cervejinha bem gelada já está de bom tamanho, tente começar a comparar as cervejas. Continue tomando a sua mescla de malte e milho e de vez em quando compre uma puro malte ou uma especial, ou uma cerveja gourmet. Tenho certeza que o paladar mudará e diante de diferenças de preço, preze pelo bom gosto, afinal é muito melhor beber com qualidade do que apenas em quantidade.

"zdrowie"


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